terça-feira, 2 de novembro de 2010

será que ainda dá tempo?

É estranho. estar online e não te ver. não procurar pelas atualizações do seu nick que revelem mudanças no seu humor, não ficar esperando você ficar online e me contar o que anda fazendo, ouvindo pensando... mesmo que esteja pensando nela...

dá uma saudade...

só que ficar esperando você naõ estava me levando a lugar algum...

e vem você me dizer que eu virei as costas como todasa s outras... que eu devia ter percebido como estava tentando se aproximar de mim... como?
esperando sentada a hora de você resolver me ver?

foram vários finais de semana enquanto você arrumava várias coisas pra ocupar seu tempo e eu esperando que íamos sair, que íamos nos ver, que eu teria uma pontinha de você no mundo real...

querido, se quer mesmo se aproximar de mim, se aproxime mais de você mesmo e descubra o que você quer, e ore ao Pai Celeste pra ele te dar dicernimento para se conhecer melhor e mudar em você o que não faz parte da vida plena que ele tem reservada para você..
se descobrir que eu faço parte do seu querer, então ore para que eu esteja feliz também, porque eu nunca quiz levar minhas tristezas até você [e acredite, elas também são muitas.]

estou com saudades. mas estou caminhando.



“Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceito o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficando do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos. Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos do que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gafe. Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer “pelo menos não fui tolo” e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo.

E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.”

(Lispector, Clarice. Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.)

Nenhum comentário: