terça-feira, 31 de agosto de 2010

Carta ao Senhor

Meu Deus,

Preciso pedir perdão por toda a negligência e arrogância da minha pessoa. Mas eu estou em busca de mim, Pai.
Será que essa batalha é justa?

Eu aprendi que deveria sempre estar entregue em suas mãos e te levar cada um dos meus menores problemas e pensamentos... Aprendi rituais que me aproximariam de ti... Aprendi regras... Senti que essas regras eram justas...
Mas não me bastou, Senhor.

Eu quero sempre mais. Não quero ser de falar, quero por em prática.
Perdoe se não te procuro para conversar mais freqüentemente. Estou tentando ouvir a mim mesma. Mas não se sinta esquecido. Sempre vou ansiar por seus sussurros.
Perdoe se não me envolvo no que dizem ser sua obra oficial. Quero ser capaz de sentir seus influxos e praticar seu amor por onde quer que eu vá.

Perdoe, Pai, se isso soar muito orgulho da minha parte, aprendi que deveria entregar meu destino em tuas mãos, mas sinto necessidade de sentir que eu tenho o controle dele.

E quero sentir no meu coração aquele amor que devora, aquela vontade de viver que supera qualquer medo, duvida ou insegurança.
Quero outra vez aquela fé de criança
que deixava eu andar de madrugada na rua, ouvindo musica e cantando bem alto, liberta. Que me levava a qualquer lugar, sem dinheiro ou vergonha, apenas pela motivação de estar agindo, vivendo, sentindo, experimentando.

Ingenuidade da minha parte?

Talvez algumas coisas eu não faria novamente. O tempo me ensinou melhor. Mas o sentimento? Ah, meu Deus, onde ele está? Por favor, me deixe senti-lo mais uma vez.
Deixe-me entregue, livre. Que me permitia amar o amor que não conhece outra razão de ser se não simplesmente amar...

Afinal que tipo de experiências necessitamos pra desenvolver nosso potencial divino? Basta aprender a obedecer?

Não sinto assim. Não adianta eu seguir uma regra porque é fácil pra mim ou porque nunca me senti atraída em quebrá-la. Vou segui-la conhecendo na pele a razão da proibição.

E apesar de ter vivido tudo que já vivi, minha mente viaja em teorias filosóficas querendo explicar coisas que eu mesma já senti inexplicáveis... E ha algum tempo eu não sinto nada o suficiente...

Quero não ser julgada, Senhor, pois foi difícil pra mim aprender a não olhar para o mundo com o coração fechado que aprisionara conceitos tolos...

Assista minha caminhada Pai. Eu sei que se eu estiver prestes a cair o Senhor segurará minha mão. Eu espero não decepcioná-lo.
Eu te amo...
Amem!

Um comentário:

Andréia . disse...

Linda sua carta querida. Tenho certeza que ele a recebeu.
Perdi o acesso ao blogspot no serviço, por isso sumi. quando chego a noite em casa ,nao consigo tempo pra entrar na net.
nao esqueço de vc
te amo
beijos